A data mais romântica do ano se aproxima e, com isso, a vontade de agradar o(a) parceiro(a) cresce. As opções estão por todos os lados, para todos os gostos e espalhadas por todos os meios de comunicação e divulgação.
Segundo dados divulgados pelo Google, os produtos com maior intenção de compra neste ano são roupas e calçados, seguidos de produtos para uso pessoal, chocolates/flores e viagens nacionais e internacionais. A pesquisa também mostrou um dado interessante, a busca “presente para namorado” é três vezes superior à busca “presente para namorada”, esta última, tem pico de pesquisa no dia anterior ao dia 12, mostrando a falta de planejamento para a ocasião.
O fato de deixar as compras para a última hora pode ser isolado, mas pode também significar desorganização financeira, pois é do conhecimento de todos que, quanto mais próximo à data comemorativa, maiores os preços e menor o tempo para buscar a melhor oferta.
Para um casal de namorados, alinhar as finanças significa ter, no futuro, um casamento com menos problemas relacionados ao dinheiro. Para os que já deram esse passo, o planejamento financeiro precisa estar na rotina dos dois. Independentemente do seu status de relacionamento, preparamos uma entrevista com o consultor financeiro e especialista em inteligência financeira, Gustavo Cerbasi (www.gustavocerbasi.com.br), para ajudar você e seu amor a acharem o caminho mais saudável nas finanças. Cerbasi é autor da obra Casais inteligentes enriquecem juntos, livro que deu origem à trilogia “Até que a Sorte nos Separe”, sucesso de bilheteria nacional. Confira:
Qual a importância de um planejamento financeiro na vida a dois?
O planejamento financeiro nos mostra onde estamos errando, nos apresenta possibilidades de ajustes e facilita a realização de sonhos. Em essência, fazer um planejamento é conversar sobre objetivos, vontades e sonhos, o que nos leva a entender quais são nossos gastos desnecessários (ou feitos impulsivamente, em busca de recompensas imediatas) e direcionar nossas escolhas para o que é importante. Na vida a dois, isso é essencial, pois a relação de confiança somada à falta de discussão desse assunto pode levar o casal a acreditar que ambos estão fazendo o melhor possível para o futuro da família, quando, na verdade, muitas vezes somos guiados por necessidades e frustrações imediatas. Pela falta de conversa, um dos dois pode estar se sentindo mais realizado do que o outro sem perceber isso. No futuro, esse desequilíbrio pode resultar em frustração e problemas no relacionamento. O planejamento bem feito é aquele que nos leva a questionar frequentemente sobre o que podemos melhorar em nossas escolhas.
Quais passos os casais de namorados podem dar ainda nessa fase do relacionamento para que cheguem a rotina de casados com as finanças em ordem?
Falar sobre sonhos, vontades e desafios, sentar juntos para entender o que os distancia desses objetivos e unir forças para fazer pequenos sacrifícios que resultem em conquistas importantes para um, para o outro e para ambos. Se fizerem isso sempre, a vida será uma eterna gincana de realização de sonhos, vira hábito.
Nesse momento incerto para a previdência no Brasil, aderir a um plano de previdência complementar pode ser decisivo na garantia de um futuro confortável. Como os casais devem se organizar para poder manter essa contribuição em dia, mesmo em períodos de maior dificuldade financeira?
Pode ser decisivo não, certamente é decisivo. Por mais que garantias atuais sejam preservadas, o padrão previdenciário do INSS não é suficiente para garantir uma vida de gastos certamente crescentes. Em meu livro Adeus, Aposentadoria, alerto para o risco de se acomodar na ideia de ter uma renda futura constante – isso é uma ilusão! Todos precisaremos contar com gastos crescentes, mesmo que nosso padrão de vida não mude. Os gastos de uma pessoa de idade com saúde, conforto e alimentação tendem a se sofisticar, e por isso é importante ter controle sobre parte de sua renda futura. Para manter a contribuição em dia, é importante revisar frequentemente o padrão de vida escolhido e praticar estratégias que garantam a sustentabilidade desse padrão – a construção de um projeto pessoal de aposentadoria é uma dessas estratégias.
No caso de casais que apenas um deles paga a previdência complementar, o que o parceiro pode fazer manter o padrão de vida semelhante ao do companheiro na aposentadoria?
É um erro sugerir que alguém tem que fazer algo para garantir um padrão equivalente ao do parceiro. Em um casamento, não pode existir o padrão de vida de um e do outro, mas sim um padrão de vida único. Esse entendimento deve ser exercitado ao longo de toda a vida. Se apenas um dos dois tem renda, essa renda é dos dois. Se ambos trabalham, a soma da renda é dos dois. Se apenas um dos dois paga a previdência complementar, o casal deve discutir se o outro também vai pagar, ou se vai montar um projeto empreendedor para complementar a renda futura, mas ambos devem cooperar mutuamente para fazerem o melhor possível para ambos.
Qual segredo para que os casais enriqueçam juntos? Existe uma fórmula?
A fórmula é gastar com muita qualidade menos do que se ganha e investir com muita qualidade o mínimo necessário para sustentar, no futuro, o bom padrão de consumo. Para fazer isso a dois, o segredo é conversar periodicamente sobre o assunto, lembrar de construir planos para os três interessados (ele, ela e planos da família) e simplificar o custo de vida para poder desfrutar de mais experiências e realizações. Não é uma lógica difícil, mas ainda é pouco praticada. Meu trabalho, nas redes sociais e nos livros, é tentar transformar essa realidade.
Como Cerbasi deixou claro na entrevista, o casal que planeja junto, encontra mais energia e prazer ao realizar seus sonhos. Parceria é fundamental no relacionamento e no planejamento financeiro também. É necessário criar uma rotina, dessa forma o casal avança no relacionamento e sente cada vez mais como a cumplicidade e confiança trazem resultados positivos. É claro que não há uma única regra para alcançar a riqueza e o equilíbrio financeiro, mas podemos te ajudar a chegar lá!
NAMORO
É natural que durante o namoro, o casal comece a falar de futuro. É nesse momento que o namorado(a) começa a conhecer o outro melhor, entender como o parceiro(a) encara os desafios e como se planeja para o futuro. Os especialistas são unânimes em afirmar que casais que poupam juntos tem maiores chances de continuarem juntos. Definir metas em conjunto proporciona ao casal maior motivação de realizá-las.
Começam a surgir festas, as viagens e a vontade de conhecer novos lugares juntos, o caminho para isso tudo acontecer é economizar. Coloquem tudo na ponta do lápis, fazendo pequenos planejamentos. Para começar, o casal pode poupar de 5% a 10% de sua renda líquida todo mês. Cada um deve ter sua planilha de orçamento. É importante que ambos tenham em mente a importância de abrir mão de algo hoje para realizarem algo maior amanhã.
CASAMENTO
Aqui, o casal pode abrir mão da planilha individual de controle, chegou a hora de atualizá-la e combinar orçamentos para sua nova situação de vida em comum. Não existe regra, é possível que cada um ainda atue separadamente em algumas áreas, o importante é encontrar o modelo que funcione para o casal.
Decidam se terão contas bancárias separadas e dividirão as contas ou possuirão uma conta conjunta, com o cuidado de acompanhar as transações cuidadosamente e avisar ao cônjuge sobre todas elas.
No dia a dia, o casal vai identificar quem é o mais poupador, o ideal é que essa pessoa seja a responsável pela planilha de orçamento. Mas atenção: as decisões devem ser tomadas em conjunto. A parcela de contribuição individual, por exemplo, deve ser proporcional ao salário.
O casal deve definir metas de curto, médio e longo prazo e estabelecer uma estratégica financeira que lhes permita a realização dos sonhos. Dividam tarefas e responsabilidades, troquem opiniões e busquem sempre mais informações sobre o tema, para que possam aprender cada dia mais e evoluir no planejamento financeiro, construindo um patrimônio a dois.
Por mais organizado que seja o planejamento financeiro do casal, imprevistos acontecem, certo? Como não dá para evitar essas despesas urgentes, o melhor a fazer é construir uma reserva para cobri-las.
Viver bem deve ser o objetivo principal. Para isso, o casal precisa criar o seu modelo de vida ideal, que deve incluir muito lazer, descontração, bem estar e felicidade, hoje e no futuro.
Fonte: Finanças práticas